Power BI, ChatGPT, Python – Do amor ao Ódio
Nos últimos anos, vivemos uma verdadeira montanha-russa de hypes na internet. Novas tecnologias surgem, são exaltadas como revolucionárias, e, em questão de meses, começam a ser desprezadas por alguns dos mesmos influenciadores que antes as promoviam. Isso aconteceu com o Power BI, com o ChatGPT, com NFTs, com o Metaverso — e a lista continua. Mas o que explica essa dinâmica social? Por que certos influenciadores, que chamaremos de “gurus”, mudam tão rápido de discurso? Vamos entender esse fenômeno e propor um contraponto a essa lógica volátil.

O Ciclo do Hype nas Redes Sociais
A internet adora novidades. Quando algo é apresentado como uma inovação, principalmente no mundo da tecnologia, rapidamente ganha status de “ferramenta do futuro”. Mas o ciclo do hype é previsível: primeiro, há a exaltação e a promessa de que essa novidade mudará o mercado; depois, vem a saturação, quando muitos começam a usar a mesma ferramenta; e, por fim, chega a rejeição, liderada pelos mesmos influenciadores que antes eram os maiores entusiastas.
Vamos pegar o exemplo do Power BI. Em meados de 2018 a 2020, era impossível entrar no LinkedIn sem ver alguém falando sobre como aprender Power BI poderia transformar carreiras. A ferramenta foi promovida como um divisor de águas no mundo das análises de dados. No entanto, quando o conhecimento de Power BI se tornou mais comum, alguns influenciadores começaram a dizer que a ferramenta já estava ultrapassada ou que conhecê-la não era mais um diferencial. Curiosamente, muitos desses críticos ainda utilizam o Power BI em seus projetos, o que revela uma contradição.
Por Que os Gurus Mudam de Discurso?
Essa mudança de discurso tem causas sociais e psicológicas bem definidas. Influenciadores vivem de engajamento, e um dos principais gatilhos para isso é a sensação de novidade. No entanto, quando algo deixa de ser novidade e se torna popular, eles precisam encontrar um novo tema para manter sua audiência interessada. Aqui estão algumas razões para essa mudança de comportamento:
- Busca por Exclusividade: Muitos gurus querem ser vistos como visionários, sempre à frente das tendências. Quando um conhecimento se torna acessível a todos, ele deixa de ser exclusivo.
- Validação Social: Há uma competição constante por autoridade. Quando um tema já é amplamente conhecido, o guru pode sentir que seu status como especialista está em risco e busca algo que o diferencie novamente.
- Narcisismo Digital: A internet é um palco, e muitos influenciadores usam suas plataformas para reforçar suas imagens como autoridades. Para isso, precisam parecer sempre um passo à frente, rejeitando o que já se tornou comum.
- Ciclo de Desinformação: Muitas vezes, esses gurus começam a desinformar, criticando ferramentas sem apresentar alternativas viáveis. Isso cria um ambiente tóxico, onde profissionais em início de carreira ficam confusos sobre o que realmente é importante aprender.
O Caso do Power BI: Do Amor ao Ódio
O Power BI é um exemplo perfeito dessa dinâmica. Quando surgiu, foi promovido como uma ferramenta revolucionária que democratizava a análise de dados. Empresas começaram a implementá-lo em larga escala, e o mercado passou a exigir profissionais que soubessem utilizá-lo.
Com o tempo, a ferramenta se popularizou. Foi quando começaram a surgir os críticos dizendo que “conhecer Power BI não é diferencial”. Mas será que isso é verdade? Não. O que aconteceu foi uma saturação de conteúdos superficiais sobre a ferramenta, enquanto o mercado ainda demanda profissionais que saibam aplicá-la de forma estratégica.
A realidade é que o Power BI continua sendo uma ferramenta poderosa, especialmente para empresas que estão no processo de implementar uma cultura de dados. Saber usar o Power BI de forma eficaz é um diferencial competitivo — e continuará sendo por um bom tempo.
Proposta de Contraponto: O Valor Está na Aplicação
O que esses gurus esquecem de mencionar é que o verdadeiro diferencial de um profissional não está em dominar a última moda tecnológica, mas em saber aplicar as ferramentas de forma prática e estratégica.
Ferramentas como Power BI, Python e IA são apenas meios para resolver problemas reais. O mercado valoriza profissionais que saibam:
- Entender o contexto do negócio;
- Aplicar a ferramenta certa no momento certo;
- Gerar insights que impactem a tomada de decisão.
O hype pode ser passageiro, mas a capacidade de resolver problemas permanece. O profissional que entende isso não se deixa levar pelas ondas de tendências e continua relevante, independentemente do que está em alta nas redes sociais.
A Demanda para 2025 Não Para de Crescer
Um dos mais conhecidos norteadores nacionais de carreira e excelente bússola para quem está começando, é o Guia de Salários da Robert Half. Como vemos abaixo alguns dados extraídos do próprio portal, nota-se que a demanda continua quente e cada vez mais necessária.
Claro, em suas devidas proporções de análises, região, contexto etc, os salários podem variar. No entanto, a Robert Half se mostra extremamente eficaz em direcionar as expectativas do mercado em relação aos escopos estudados.

Seja um Explorador, Não um Seguidor de Hype
A mensagem final que fica é: não seja um seguidor de hype — seja um explorador de possibilidades. Busque entender as ferramentas, mas, mais importante do que isso, aprenda a aplicá-las para gerar impacto real.
O mercado não precisa de profissionais que sabem todas as buzzwords do momento. Precisa de pessoas que saibam usar a ferramenta certa para o problema certo.
No final das contas, o hype passa, as ferramentas evoluem, mas o que fica é a sua capacidade de pensar criticamente, adaptar-se às mudanças e gerar valor com o que você sabe.
Então, da próxima vez que alguém disser que uma ferramenta não é mais relevante, pergunte: “Ela realmente deixou de resolver problemas?” Se a resposta for não, continue aprendendo e aplicando — porque o mercado sempre precisa de soluções, não de modas passageiras.